Cultura e identidade no Sul do Brasil
Segundo DAMATTA (1981) a cultura pode ser considerada em dois aspectos, que modificam seu conceito, seu uso no senso comum e seu uso no sentido antropológico, no qual deixa de ser uma simples palavra para se tornar uma categoria intelectual, o que nos ajuda a ver o mundo.
A questão da identidade está sendo amplamente discutida na teoria social. Em essência, o argumento é assim: as velhas identidades, que por tanto tempo estabilizaram o mundo social, estão em declínio, dando origem a novas identidades e fragmentando o indivíduo moderno, que era visto como um sujeito unificado. A chamada “crise de identidade” associada ao processo de globalização é vista como parte de um processo mais amplo de mudança que está deslocando as estruturas e processos centrais da sociedade moderna e minando os quadros de referência que ela deu aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social (HALL, 2006).
A identidade cultural é construída dentro de processos que marcam fronteiras, ou melhor, zonas de contato entre grupos que os distinguem por diferenças em suas práticas, hábitos e costumes, relacionadas às trajetórias e histórias de vida de seus agentes. As mudanças no mundo contemporâneo podem levar a mudanças nos estilos de vida e consequentes mudanças nos costumes. Os esforços para manter a fala, a música, a dança, as artes marciais e a culinária são formas de tentar preservar a identidade cultural no contexto contemporâneo de um mundo que se tornou transnacional. Homens e mulheres rurais e as complexas organizações rurais-urbanas proporcionam um rico marco para o estudo antropológico. Assim, o objetivo do projeto é documentar através de imagens e entrevistas a riqueza e a identidade e as complexidades culturais do planalto catarinense, destacando as práticas de identidade, bem como de seus agentes.